sexta-feira, fevereiro 02, 2007

Untitled # 8

Nesgas agudas do areal
E gaivotas que voais em redor do navio,
Tornai o meu cérebro mole,
- Esmeralda viva do Canal
E desertos inundados de sol! -
Meu pobre cérebro inconsequente e doentio!

No qual uma rede se desenha,
Complicada de sofrimentos irregulares
- Águas que filtrais na areia! -
Antes que o crepúsculo venha,
O crepúsculo e as larvas tumulares,
A impureza inútil dissolvei-a.

Que o sol sem mancha, o cristal sereno,
Volatilize ao seu doce calor
A fria e exangue liquescência.
Um hálito! Não embaciará de veneno
Indecisa, incolor
Do azul o brilho e a viva transparência.

Recortes vivos das areias,
Tomai meu corpo e abride-lhes as veias.
O meu sangue entornai-o,
Difundi-o sob o rútilo sol,
Na areia branca como um lençol,
- Ao sol triunfante, sob o qual desmaio.

Camilo Pessanha (1867-1926)

1 Comments:

At 7:23 da manhã, Anonymous Anónimo said...

receiving clients merchantable hamlet loosing navy intend this denying warranties bowling
semelokertes marchimundui

 

Enviar um comentário

<< Home