Rir, Roer
E se fôssemos rir,
Rir de tudo, tanto,
Que à força de rir
Nos tornássemos pranto,
Pranto colector
Do que em nós sobeja?
No riso, na dor,
Que o homem se veja.
Se veja disforme,
Se disforme for.
Um horror enorme?
Há outro maior...
E se não houver,
O horror é nosso.
Põe o dente a roer,
Leva o dente ao osso!
Alexandre O'Neill (1924-1986)
2 Comments:
Cá o temos de volta, e muito bem acompanhado! Boa escolha, sim senhor.
JGF
escumalha!escumalha!
poetas decadentes....
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