sexta-feira, fevereiro 18, 2005

Rir, Roer

E se fôssemos rir,
Rir de tudo, tanto,
Que à força de rir
Nos tornássemos pranto,

Pranto colector
Do que em nós sobeja?
No riso, na dor,
Que o homem se veja.

Se veja disforme,
Se disforme for.
Um horror enorme?
Há outro maior...

E se não houver,
O horror é nosso.
Põe o dente a roer,
Leva o dente ao osso!

Alexandre O'Neill (1924-1986)

2 Comments:

At 1:27 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Cá o temos de volta, e muito bem acompanhado! Boa escolha, sim senhor.

JGF

 
At 8:44 da tarde, Anonymous Anónimo said...

escumalha!escumalha!

poetas decadentes....

 

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