segunda-feira, dezembro 13, 2004

Perfect Day


Estou em contagem decrescente para ir a Lisboa passar o Natal. Apesar de nao ser para mim das epocas mais felizes, so o facto de regressar a casa, rever a minha familia, amigos e Lisboa em si, e motivo suficiente para contar cada segundo que passa. E impressionante o efeito que o tempo tem nas pessoas. Para mim o tempo e algo que marca a passagem para um bom momento. Neste caso, o fim justifica o meio. O facto de se ter que passar por momentos mais dificeis ou menos agradaveis e quase que obrigatorio para se atingir os momentos que mais ansiamos e que para nos tem maior significado. E como se buscassemos indefinidamente uma recompensa, material ou nao. O ser humano tem destas coisas, para alem de vil, e o ser vivo mais egoista a face da terra. Nada do que fazemos e por puro altruismo. Ate pelo facto pensarmos que estamos numa determinada altura da nossa vida a ajudar o proximo, considerado por muitos como um acto altruista, fazemo-lo e certo para ajudar os outros, mas como fim ultimo de nos sentirmos bem connosco mesmos ou de simplesmente sermos mais bem aceites pelos outros. O mesmo acontece no ambito profissional, quando temos um determinado projecto em maos, procuramos ser bem sucedidos e ultrapassar todos os obstaculos. Poderemos ou nao ser premiados pelo sucesso do mesmo, mas ambicionamos sempre a tal sensacao de missao cumprida que nos vai alimentando o ego, a auto-estima e a motivar-nos para novos desafios.

Como em todos os bons momentos, perdemos a nocao do tempo e este simplesmente voa. Foi exactamente nisto que pensei durante passado fim-de-semana (entre outras coisas, claro esta!). A hora da despedida tem sido ultimamente para mim quase cortante, como nunca fora antes e, apesar de nao ter partido ainda para Lisboa, ja estou a pensar no que me vai custar o regresso. Cliches a parte, a vida tem que ser vivida em cada momento, como se cada dia fosse o ultimo. Como e obvio, nada disto e real e tudo nao passa de uma utopia. Gostaria, no entanto, de ter a capacidade de faze-lo, isto e, de nao pensar muito no dia de amanha.

No fundo buscamos todos a felicidade, que por sua vez e ditada pela nossa subjectividade e livre arbitrio. Sendo o dia feito de bons e maus momentos, para mim a definicao do dia perfeito so poderia encontrar-se nas palavras do mestre Lou Reed, ex-frontman dos Velvet Underground, precisamente com o tema 'Perfect Day', entretanto revisitado pelos Duran Duran, algures nos anos 90:

"Just a perfect day,
Drink Sangria in the park,
And then later, when it gets dark,
We go home.
Just a perfect day,
Feed animals in the zoo
Then later, a movie, too,
And then home.

Oh it's such a perfect day,
I'm glad I spent it with you.
Oh such a perfect day,
You just keep me hanging on,
You just keep me hanging on.

Just a perfect day,
Problems all left alone,
Weekenders on our own.
It's such fun.
Just a perfect day,
You made me forget myself.
I thought I was someone else,
Someone good.

Oh it's such a perfect day,
I'm glad I spent it with you.
Oh such a perfect day,
You just keep me hanging on,
You just keep me hanging on.

You're going to reap just what you sow."

O proximo ponto de encontro sera indubitavelmente neste blog, mas desta vez de Lisboa!

-E-

1 Comments:

At 5:18 da tarde, Anonymous Anónimo said...

CLAP CLAP!
Muito bem....especialmente a parte dos amigos, do efeito do tempo, dos resquicios da filosofia de Kant e da musica tornada tao celebre pelo trainspotting....

Ah....e claro...pela utilizacao do indubitavelmente...es um "senhore"...ehehehe...

Um abraco

Luis

 

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